Ontem nossa última aula mostrou que começamos a conhecer um mundo que é bem maior do que imaginamos, o mundo da moda. Pudemos entender que a vestimenta passou de um item de necessidade para um signo de distinção e de opressão até chegar aos dias de hoje, em que sua apropriação e sua produção são muito mais democráticas e cheias de conteúdo simbólico, inclusive político.
O sistema moda envolve não só o processo criativo dos artistas por trás das silhuetas, modelagens, cores e texturas, mas todo o sistema produtivo e suas necessárias relações com a política. Afinal, por que o Brasil antes não era um polo produtor de moda de qualidade internacional? Porque éramos um país mergulhado em crise financeira, com inflação galopante, e a liberdade de pensamento e de expressão cerceadas pela ditadura. Viu como isso tudo influencia o produto final que vemos nas vitrines das lojas e nas passarelas dos fashion weeks?
Recomendo dois blogs para quem quer ler um pouco mais sobre esse outro mundo por trás da moda:
http://www.modapraler.com/
http://www.politicaymoda.com/
Não nos deixemos enganar: há sempre uma razão pela qual as autoridades públicas vestem tal ou tal estilista -- ou deixam de usar, de acordo com as circunstâncias...
quinta-feira, 26 de maio de 2011
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Thierry Mugler em 90s
Mais do que encenação do cotidiano, os desfiles de Thierry Mugler sempre foram verdadeiros espetáculos. Com aspecto provocativo, este maravilhoso criador entra na década de 90 com o mesmo conceito anterior, no entanto, mais maduro. Segue vídeo...
terça-feira, 17 de maio de 2011
Remember me!
Tobias Juretzek é o responsável pela arte nesta divertida cadeira apresentada pela Casamania no Salão do Móvel de Milão de 2011. Além do tecido (a maioria jeans "velho"), ele utiliza uma resina para tratamento final da peça. Como ele mesmo descreve, "um meio de dar nova vida a objetos que são inconscientemente portadores de memórias e lembranças do passado", lançando mão do conceito de reutilização (ou upcycling) que dialoga com o futuro. Tomara que a moda pegue!
Moda como manifesto
Durante as décadas da ditadura militar no Brasil, em especial nos anos de 1970, a moda foi representada por dois importantes estilistas em polos opostos do pensamento cultural: Zuzu Angel e Dener Pamplona de Abreu. Ambos talentosos, representavam, porém, grupos distintos da sociedade.
Dener Pamplona vestia a alta sociedade, especialmente a paulista e a carioca. Estreou com um modelo para a então debutante Danusa Leão e tornou-se o estilista pessoal da primeira-dama, a bela Maria Teresa Goulart. Casou-se duas vezes com duas de suas "manequins" (as modelos de passarela da época), porém faleceu muito jovem em virtude de complicações vindas do alcoolismo. Enfretou a dura competição contra um de seus pupilos, o também talentoso Clodovil Hernandes, que tornou-se outro ícone no final dos anos 70 e no começo dos anos 80.
Zuzu Angel, herdando a valorização da cultura brasileira do movimento Tropicália, já experimentava com materiais, tecidos, estampas e cores típicas do Brasil, inclusive usando a simples chita. Porém, ao ver seu filho ser perseguido, torturado e morto pela polícia política militar, e sabendo de seu desaparecimento (o corpo de Stuart fora jogado ao mar), ela passou a usar a moda como fonte de luta, reflexão e manifesto político. Reconhecida no exterior, ela pode divulgar o que aqui era censurado - e acabou por morrer num misterioso acidente de carro, até hoje não resolvido.
Para mais referências sobre a relação entre moda e política, fica a dica de um blog feito por filósofas que se especializaram em moda e abriram uma consultoria, o Moda Manifesto:
http://www.modamanifesto.com/index.php?local=detalhes_moda&id=177
E, aqui, imagens de Dener e de Zuzu:
Zuzu
Dener
Dener Pamplona vestia a alta sociedade, especialmente a paulista e a carioca. Estreou com um modelo para a então debutante Danusa Leão e tornou-se o estilista pessoal da primeira-dama, a bela Maria Teresa Goulart. Casou-se duas vezes com duas de suas "manequins" (as modelos de passarela da época), porém faleceu muito jovem em virtude de complicações vindas do alcoolismo. Enfretou a dura competição contra um de seus pupilos, o também talentoso Clodovil Hernandes, que tornou-se outro ícone no final dos anos 70 e no começo dos anos 80.
Zuzu Angel, herdando a valorização da cultura brasileira do movimento Tropicália, já experimentava com materiais, tecidos, estampas e cores típicas do Brasil, inclusive usando a simples chita. Porém, ao ver seu filho ser perseguido, torturado e morto pela polícia política militar, e sabendo de seu desaparecimento (o corpo de Stuart fora jogado ao mar), ela passou a usar a moda como fonte de luta, reflexão e manifesto político. Reconhecida no exterior, ela pode divulgar o que aqui era censurado - e acabou por morrer num misterioso acidente de carro, até hoje não resolvido.
Para mais referências sobre a relação entre moda e política, fica a dica de um blog feito por filósofas que se especializaram em moda e abriram uma consultoria, o Moda Manifesto:
http://www.modamanifesto.com/index.php?local=detalhes_moda&id=177
E, aqui, imagens de Dener e de Zuzu:
Zuzu
Dener
Filmes para entender os anos 80
A aula de anos 70 e 80 despertou memórias afetivas de infância, uma das mágicas que a moda pode fazer por alguém. Aproveitando o post do Regis, sobre a relação entre "filmes sobre" e "filmes dos" anos 80, aqui vai uma lista de filmes daquela época, hoje ditos "cult", por terem lançado tendências tanto no cinema quanto na moda e no comportamento.
John Hughes foi um dos diretores e roteiristas mais prolíficos e importantes da época, especialmente por ter dado voz à juventude da "década perdida". Toda sua obra permeia os valores de então, o consumismo exacerbado de uma década materialista, que não acreditava no amanhã (por conta da forte e constante ameaça de "fim do mundo" provocada por uma suposta iminente guerra nuclear entre os EUA e a URSS). O dinheiro que se fazia rápido pela especulação nas bolsas de valores contrastava com a eterna busca pelo amor verdadeiro.
A ruiva Molly Ringwald era a queridinha da época. A personagem Lorelai Gilmore, do seriado "Gilmore Girls", em um dos capítulos do seriado refere-se a ela como a "Audrey Hepburn da minha geração", quando exibe o famoso filme "Pretty in Pink" (A garota de rosa-shocking) para as amigas de sua enteada numa noite do pijama das meninas.
Aproveitem para conhecer (e até se divertir) com o visual dos anos 80 nestes filmes:
A garota de rosa-shocking (Pretty in Pink)
Gatinhas e gatões (Sixteen candles)
Mulher nota mil (Weird Science)
Curtindo a vida adoidado (Ferris Bueller's day off)
Alguém muito especial (Some kind of wonderful)
John Hughes foi um dos diretores e roteiristas mais prolíficos e importantes da época, especialmente por ter dado voz à juventude da "década perdida". Toda sua obra permeia os valores de então, o consumismo exacerbado de uma década materialista, que não acreditava no amanhã (por conta da forte e constante ameaça de "fim do mundo" provocada por uma suposta iminente guerra nuclear entre os EUA e a URSS). O dinheiro que se fazia rápido pela especulação nas bolsas de valores contrastava com a eterna busca pelo amor verdadeiro.
A ruiva Molly Ringwald era a queridinha da época. A personagem Lorelai Gilmore, do seriado "Gilmore Girls", em um dos capítulos do seriado refere-se a ela como a "Audrey Hepburn da minha geração", quando exibe o famoso filme "Pretty in Pink" (A garota de rosa-shocking) para as amigas de sua enteada numa noite do pijama das meninas.
Aproveitem para conhecer (e até se divertir) com o visual dos anos 80 nestes filmes:
A garota de rosa-shocking (Pretty in Pink)
Gatinhas e gatões (Sixteen candles)
Mulher nota mil (Weird Science)
Curtindo a vida adoidado (Ferris Bueller's day off)
Alguém muito especial (Some kind of wonderful)
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Falando em anos 80...
Como falado na aula de hoje, que foi sobre Moda nos anos 70 e 80,
posto um trailer de um filme do ano passado, que retrata os anos 80
de forma 'caricata'.
Aliás, vale muito a pena levantar questionamentos sobre filmes de um período
versus filmes que retraram um período (já passado).
Enfim, reflitam ...
Ta taí o trailer do filme...
Quem quiser, pode locar, que é muito fácil de achar nas locadoras.
Ah, o nome do filme em português é "A ressaca"
Régis Puppim
Assinar:
Comentários (Atom)