terça-feira, 17 de maio de 2011

Moda como manifesto

Durante as décadas da ditadura militar no Brasil, em especial nos anos de 1970, a moda foi representada por dois importantes estilistas em polos opostos do pensamento cultural: Zuzu Angel e Dener Pamplona de Abreu. Ambos talentosos, representavam, porém, grupos distintos da sociedade.

Dener Pamplona vestia a alta sociedade, especialmente a paulista e a carioca. Estreou com um modelo para a então debutante Danusa Leão e tornou-se o estilista pessoal da primeira-dama, a bela Maria Teresa Goulart. Casou-se duas vezes com duas de suas "manequins" (as modelos de passarela da época), porém faleceu muito jovem em virtude de complicações vindas do alcoolismo. Enfretou a dura competição contra um de seus pupilos, o também talentoso Clodovil Hernandes, que tornou-se outro ícone no final dos anos 70 e no começo dos anos 80.

Zuzu Angel, herdando a valorização da cultura brasileira do movimento Tropicália, já experimentava com materiais, tecidos, estampas e cores típicas do Brasil, inclusive usando a simples chita. Porém, ao ver seu filho ser perseguido, torturado e morto pela polícia política militar, e sabendo de seu desaparecimento (o corpo de Stuart fora jogado ao mar), ela passou a usar a moda como fonte de luta, reflexão e manifesto político. Reconhecida no exterior, ela pode divulgar o que aqui era censurado - e acabou por morrer num misterioso acidente de carro, até hoje não resolvido.

Para mais referências sobre a relação entre moda e política, fica a dica de um blog feito por filósofas que se especializaram em moda e abriram uma consultoria, o Moda Manifesto:

http://www.modamanifesto.com/index.php?local=detalhes_moda&id=177

E, aqui, imagens de Dener e de Zuzu:

Zuzu


Dener

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